sexta-feira, 1 de março de 2019

Crônica "Viagem ao céu"

Viagem ao céu
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Eu estava ansioso...  Ansioso, até demais! Naquele momento acontecera o meu primeiro voo de avião.

Eu e minha família compartilhara este momento tão agradável! Bom...  agradável para mim, talvez. Mamãe morrera de medo só de entrar no avião, e Papai, embora não demonstrasse nitidamente os teus sentimentos, notava-se o quão nervoso e soado  ele estava. E eu?  Eu estava aflito também,  mas a curiosidade me tomava por completo.  "Qual será a sensação? As nuvens são mesmo feitas com algodão doce, ou são apenas fumaças flutuantes espalhadas pelo céu sem um rumo a seguir?"

No momento em que se decolava, meu coração palpitava o quão forte possível!  Eu imaginara a vida no céu: com pássaros voando,  fazendo acrobacias pelos ares e  brincando de pega-pega no grande céu aberto. Naquele instante, e no mesmo espaço,  duas coisas voavam pelo céu azul-anil: a minha cabeça  e o avião.

Já existe um avião tão potente,  que flutue  aonde só eu posso chegar,  sem precisar de asas, piloto ou combustível: são os meus pensamentos! Se souber imaginar,  é melhor que qualquer  viagem já feita na vida.

Passam-se horas e nada de chegar ao meu destino, mas tudo estava sob controle. Mamãe já estava mais calma, e Papai,  bom...  ele parou de soar. Cabisbaixo eu fiquei;  as nuvens eram tão sem graça, e nem vida no céu havia.

Quando de repente uma voz misteriosa surge de dentro do avião, pedindo gentilmente para que ficássemos tranquilos e apertássemos os cintos. Assustado eu perguntei aos meus pais:

-Mamãe, Papai... Nós vamos passar por uma BLITZ no céu?

Em um tom de ironia,  meu pai me questionou:

-Blitz no céu meu filho? De onde tirou uma coisa dessas?!

-É que lá embaixo, as pessoas só se importam com os equipamentos de segurança no trânsito quando a fiscalização está por perto.

-É verídico...  respondeu mamãe, toda pensativa.

"ATENÇÃO SENHORES PASSAGEIROS, PEDIMOS NOVAMENTE A UTILIZAÇÃO DOS CINTOS DE SEGURANÇA, POIS NESTE INSTANTE PASSAREMOS POR UMA PEQUENA TURBULÊNCIA. PEÇO  A CONTRIBUIÇÃO DE TODOS E TENHAM UM ÓTIMO VOO!"

Que aflição!!!! Naquele instante, e no mesmo espaço, duas coisas tremiam no alto do céu: Eu e o avião!

Logo passara a turbulência, e somente pequenas gotas d'água escorriam na janela. "O céu estava a chorar? De tristeza ou alegria?" Sabe... Talvez ele também estivesse alegre porque a tremedeira passou. Eu só tremo assim de medo!

Faltavam-se apenas 5 minutos para que,  finalmente, o meu destino pudesse chegar.  Sinto o avião aterrizando lentamente, e já começo a sentir falta da cidade dos céus. Como eu queria viver lá! Seria possível morar em uma pequena nuvem? Também não faço ideia.

Procuramos o hotel mais próximo, e fizemos o check-in. Eu chegara tão cansado que mal aproveitei o primeiro dia da viagem.

- Eu estou com muito sono!

- Você passou a viagem toda admirando o  céu acordado filho, o que viste de tão especial? - Disse Papai.

- Tudo! Você só precisa imaginar.

-Mesmo assim,  não vi nada de interessante - disse Mamãe.

-Claro, a senhora estava com medo, e nossos pensamentos nunca fluem ao sentirmos isso.

- É... Você tem razão.

-Papai,  é possível morar no céu?

- Meu filho,  tudo é possível até que se prove ao contrário, agora vá dormir, por favor... Durma bem e sonhe com os anjos!

E foi assim que meu dia terminara, feliz e sonhador...  Em busca de uma resposta sobre a possibilidade da morada no céu azul-anil. Eu mal podia esperar pela viagem de volta, para que pudesse visitar a minha futura cidade. Mas até a sua chegada, tenho ela guardada em meu coração, que por sinal,  está firme e forte.




Ryan Fernando Oliveira Alecrim - 9º Ano/2019

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